De Coração Aberto, com Dr. Pedro Cazzador

<h2 id="h-as-falhas-quando-motivo-de-reflexao-e-inspiracao-de-mudancas-geram-aprendizado-e-consequentemente-resultado">As falhas, quando motivo de reflexão e inspiração de mudanças, geram aprendizado e, consequentemente, resultado</h2>



Está se culpando pelo que aconteceu ontem? Saiu da linha, da dieta, do propósito? Pisou na jaca?



Relaxa! Ontem foi “de vez em quando”!



De vez em quando pode, ninguém é obrigado a ser perfeito o tempo todo.



Talvez o que você fez ontem ainda traga alguns respingos para hoje.



Não precisa "resolver" tudo hoje, muito menos se culpar.



Volte ao normal, semana que vem tem mais, se prepare pra isso, não emende uma jacada atrás da outra. O segredo do sucesso é a persistência, não a intensidade.



Se pratica jejum, faça um ou dois essa semana.



Beba muita água, o melhor detox do universo.



Não se incomode, não se culpe com as falhas, mas aprenda com elas.



Isso é bom, o “de vez em quando” bem feito, bem “administrado”, além do prazer óbvio que tem, vai te dar a certeza que você está no comando, aumentando sua autoconfiança.



Não precisa ser um super humano, basta ser humano e persistente!



As falhas, quando motivo de reflexão e inspiração de mudanças, geram aprendizado e, consequentemente, resultado. Elas são danosas apenas quando levam a desistência e sensação de culpa.



Ou se negligenciamos a importância do processo e da constância nos resultados e começamos a criar oportunidades e pretextos para o " de vez em quando" virar rotina de todos os dias.



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De vez em quando, você pode tudo; o que não pode é confundir de vez em quando com todo dia

<h2 id="h-inflamacao-cronica-subclinica-sindrome-metabolica-resistencia-insulinica-esteatose-hepatica-disfuncao-endotelial">Inflamação crônica subclínica, síndrome metabólica, resistência insulínica, esteatose hepática, disfunção endotelial</h2>



Todos esses problemas são originados do sobrepeso e obesidade e que são causados, na maioria dos casos, pela alimentação hipercalórica e repleta de carboidratos.



Essa combinação certamente é muito mais determinante para um desfecho ruim na saúde cardiovascular do que o valor do colesterol apresentado em um exame de sangue.



Portanto, se você perdeu peso e está usando um número menor de vestuário que costumava usar, não se preocupe tanto com o quanto está seu colesterol.



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O número da sua calça é mais importante que o número do colesterol

<h2 id="h-levarao-anos-talvez-decadas-para-que-as-pessoas-entendam-que-colesterol-e-gordura-saturada-nao-sao-os-grandes-viloes-da-saude">Levarão anos, talvez décadas, para que as pessoas entendam que colesterol e gordura saturada não são os grandes vilões da saúde</h2>



"Doutor, não sei porque estou diabético, me alimento bem, não como gordura nem carne vermelha!"



A crença de que uma única causa (o colesterol alto) seria o grande motivo de infarto e morte levou ao erro de se subestimar outros fatores de risco tão ou mais importantes como a inflamação sistêmica, a resistência insulínica, os triglicerídeos, a homocisteína e o consumo dos carboidratos.



A partir dos anos 1970, fomos orientados a comer menos ovos, manteiga e banha de porco.



Acreditou-se que o uso de estatinas resolveria o problema cardíaco. Aquela velha crença da humanidade na solução mágica, o atalho, o caminho do menor esforço.



O resultado não foi o esperado: os números de mortes por infarto e AVC só aumentaram e, além disso, vivemos atualmente epidemias de obesidade e diabetes tipo I.



Entenda o óbvio: o problema não é, e nunca foi, a gordura.



A gordura saturada aumenta o colesterol HDL (o bom) e modifica o tipo de colesterol LDL (o teoricamente ruim), fazendo predominar as partículas grandes, leves e flutuantes (que não se depositam nas placas), reduzindo as pequenas e densas, que são aterogênicas e que se oxidam. Esse é o maior perigo.



O tipo de LDL é mais importante que seu valor total, assim como o tipo de colesterol é mais importante que seu valor total.



Outros parâmetros são mais importantes que o LDL, como os triglicérides e a relação triglicerídeos/HDL, que devem ficar abaixo de 2 ou no máximo 3.



Triglicerídeos elevados indicam a predominância de LDL pequeno e denso, possivelmente oxidado, altamente aterogênico.



Levarão anos, talvez décadas, para que as pessoas entendam que colesterol e gordura saturada não são vilões (ou, pelo menos, não só eles).



Que a preocupação maior deve ser com o açúcar, amido, trigo, os óleos vegetais, sucos e refrigerantes.



Que ovos não fazem mal e que podemos, sim, comê-los inteiramente, com gema e tudo.



Que o queijo curado é melhor que o branco.



E que, no churrasco, o que faz mal é o pão de alho, não é a carne.



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O problema nunca foi a gordura

<h2 id="h-para-manter-a-saude-e-preciso-mudar-por-completo-nao-adianta-mudar-apenas-um-aspecto-e-continuar-com-outros-habitos-nocivos-a-saude">Para manter a saúde, é preciso mudar por completo. Não adianta mudar apenas um aspecto e continuar com outros hábitos nocivos à saúde.</h2>



Adianta pouco só fazer exercício e não fazer dieta, ou fazer dieta e não parar de fumar. Quanto mais abrangentes forem as mudanças, melhor o resultado.



Tomamos medicamentos para não termos que nos exercitar, para dormirmos tarde, para continuar bebendo e fumando e, para não comer como deveríamos.



São as poções mágicas de hoje, e tem gente lucrando com elas e com nossas fraquezas, vendendo ilusão.



Mas, se uma pessoa que tem risco cardíaco continua com péssimos hábitos alimentares, continua a fumar e a beber, provavelmente eu, como médico cardiologista, manterei a recomendação de estatina para ela.



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Estatina deve ser usada por quem não vai mudar os hábitos que adoecem

<h2 id="h-ficamos-esperando-pelo-proximo-e-milagroso-medicamento-que-vai-resolver-tudo-so-que-ele-nao-resolve-e-com-certeza-sera-cada-vez-mais-caro">Ficamos esperando pelo próximo e milagroso medicamento, que vai resolver tudo. Só que ele não resolve e com certeza será cada vez mais caro</h2>



Hoje, como médico integrativo, fico satisfeito em dizer que eu tiro mais remédios do que prescrevo. Atualmente, devo receitar apenas 10% das estatinas que costumava receitar há 10 anos aos meus pacientes.



Apesar de o remédio ter seu lugar, ele é valorizado demais por causa de interesses comerciais. Já o tratamento sem medicamentos — como a mudança na alimentação — não pode ser vendido como mercadoria, faltando estímulos para que seja mais usado.



Isso acabaria gerando nas pessoas a impressão de que o medicamento é milagroso,&nbsp; resolve tudo e não é bobagem. Mas é exatamente o contrário.



Nós ficamos esperando pelo próximo e milagroso medicamento, que vai resolver tudo. Só que ele não resolve e com certeza será cada vez mais caro.



Acredito que quando uma doença tem muitos remédios é porque, na verdade, nenhum deles resolve.



A verdade é que o medicamento quebra um galho, tapa um buraco que não se consegue resolver com dieta, atividade física e controle de estresse.



Enquanto isso, fechamos os olhos e calamos a verdade. Nossos hábitos são responsáveis pela maioria das doenças e a genética é responsável por uma minoria.



Infelizmente, nós tomamos remédio para doenças que não existiriam se cuidássemos melhor da nossa saúde. Repensar esse hábito pode transformar nossa vida de uma maneira revolucionária.



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O poder do tratamento sem remédios é muito maior que o remédio

<h2 id="h-um-estilo-de-vida-saudavel-pode-nos-trazer-corpo-e-mente-desejados-mev-ajuda-a-abandonar-velhos-habitos">Um estilo de vida saudável pode nos trazer corpo e mente desejados; MEV ajuda a abandonar velhos hábitos</h2>



Você já ouviu falar em medicina do estilo de vida?



É uma visão diferenciada com abordagem terapêutica lastreada na mudança do estilo de vida como o principal fator para a prevenção e o tratamento das doenças crônicas, baseada em evidências científicas atuais e relevantes.



A medicina do estilo de vida, ou simplesmente MEV, foca na construção de corpo e mente sadios, acreditando que irão não só nos afastar de doenças, mas também levar a uma longevidade que além de saudável seja agradável, feliz, produtiva.



É fundamentalmente uma medicina com uma visão muito mais ampla e integrativa, em contraponto à medicina tradicional que foca sempre na doença e no medicamento.



Ela ajuda os pacientes e seus familiares a adotarem e manterem hábitos saudáveis que melhoram a saúde e a qualidade de vida com base em evidências científicas.



A receita para essa vida longa, saudável e feliz que essa nova medicina recomenda é fácil de seguir:



Comida de verdade, saudável, abolição de vícios como cigarro e álcool, prática de atividade física diária, maior exposição ao sol, sono de boa qualidade e respeitando o relógio biológico, uma vida menos estressante com espaço pra família e lazer, amigos e interação social.



Suplementos, vitaminas, minerais, fitoterápicos são muito úteis e podem ajudar. Só é preciso ter cuidado para não fazer deles o mesmo que se faz com os medicamentos; acreditar em poderes mágicos que substituem os bons hábitos.



A medicina tradicional foca no doente e na doença, classifica as pessoas em normais e doentes.



Ela salva sua vida, te resgata, devemos muito a esse modelo tradicional e indispensável de medicina, graças a ele vencemos um grande número de doenças e estamos vivendo mais.



Hoje, no entanto, queremos mais que simplesmente viver muito: queremos viver bem, com qualidade e prazer de viver.



Um estilo de vida saudável pode nos trazer esse corpo e mente desejados.



As práticas são os maiores determinantes para resultados positivos para a saúde. E esses resultados são impressionantes!



Não basta ser "normal"; queremos o máximo que nosso corpo e nossa mente podem nos proporcionar.



A maioria das doenças crônicas podem ser evitadas ou melhoradas em tamanha intensidade que muitos medicamentos se tornam desnecessários em muitos casos (não em todos).



Vamos viver sem remédios e com muita saúde. Mova-se, MEV-se!

Quando a medicina ajuda a mudar seu estilo de vida

<h2 id="h-e-preciso-falar-mudar-e-dificil-doi-somos-acomodados-e-acostumados-a-um-ritmo-de-vida-nada-saudavel-mas-a-medicina-do-estilo-de-vida-e-o-verdadeiro-caminho-da-cura">É preciso falar: mudar é difícil, dói, somos acomodados e acostumados a um ritmo de vida nada saudável; mas a medicina do estilo de vida é o verdadeiro caminho da cura</h2>



Por que tanta gente toma remédios?



São as poções mágicas de hoje, e tem gente lucrando com elas e com nossas fraquezas, vendendo ilusão.



Tomamos medicamentos para aliviar a culpa de não nos exercitar, de dormir tarde, para continuar bebendo e fumando e não comer como deveríamos.



Parece estranho, mas é mais fácil tomar três ou quatro comprimidos caros do que se alimentar corretamente.



Aceitamos uma cirurgia cardíaca e não paramos de fumar nem abandonamos o sedentarismo.



Mas, se uma pessoa que tem risco cardíaco continua, mesmo assim, com péssimos hábitos alimentares, fumando e bebendo, bem, como médico, provavelmente eu manterei a recomendação de estatina, por exemplo.



Estatina deve ser usada pela pessoa que não vai mudar os hábitos que a adoecem.



Noventa por cento das doenças são causadas por alimentação errada, sedentarismo e maus hábitos.



Sendo assim, 90% das doenças poderiam ser curadas através de alimentação saudável, exercício físico e bons hábitos.



Então, por que tanta gente está doente?



Porque mudar é difícil, dói, somos acomodados, acostumados a um ritmo de vida nada saudável.



Parece o "certo": fomos ensinados e impelidos a seguir fielmente sem questionar.



Para manter a saúde, é preciso mudar por completo. Não adianta mudar apenas um aspecto e continuar com outros hábitos nocivos à saúde.



Adianta pouco só fazer exercício e não fazer dieta, ou fazer dieta e não parar de fumar.&nbsp;



Quanto mais abrangentes forem as mudanças, melhor o resultado.



Portanto, enquanto a mudança não acontece, o que realmente faria grande diferença na vida das pessoas, vamos lançando mão do "quebra-galho", que é o medicamento.



Mas saiba que há algo muito mais poderoso que o medicamento aguardando sua decisão para ser colocado em prática. É a "medicina do estilo de vida".



A medicina do estilo de vida é o verdadeiro caminho da cura.



Falarei mais sobre ela, de coração aberto, em uma outra coluna.



Quer barrar o infarto sem remédios? No Programa Coração Blindado, você encontra o passo a passo para tirar o alvo do seu coração. <a href="https://sl.jolivi.com.br/pcb02-a-coracao-blindado/?xpromo=XJ-ME-INFO-PCB02A-SITE-20220405-ARTIGO-X-ART133-X&amp;utm_source=SITE&amp;utm_medium=ORGANICO&amp;utm_campaign=XJ-ME-INFO-PCB02A-SITE-20220405-ARTIGO-X-ART133-X&amp;utm_term=SITE&amp;utm_content=PCB02A">Saiba como aqui.</a>

Quando os medicamentos são uma opção para quem não pode ou não consegue mudar os hábitos

<h2 id="h-existe-uma-valorizacao-exagerada-dos-exames-tanto-por-parte-dos-medicos-como-dos-pacientes-mas-nao-adianta-estar-com-as-taxas-em-dia-se-voce-nao-se-sente-bem-de-verdade">Existe uma valorização exagerada dos exames, tanto por parte dos médicos como dos pacientes; mas não adianta estar com as taxas em dia se você não se sente bem de verdade</h2>



Exame normal não é garantia de boa saúde.



Importante saber que o que é normal aos olhos da medicina tradicional é apenas o que não te deixa doente, o que não necessita pelos critérios que ela utiliza de tratamento, de medicamento. Porém está longe de ser o que te deixa ativo, disposto, com energia e feliz, longe de ser o que te garante uma melhor performance física, mental, sexual.



Certa vez, fui questionado por uma paciente: "doutor, eu tô péssima, sem ânimo, inchada, cabelo caindo, mas os meus exames estão ótimos! Ganhei parabéns da última vez!".



E respondi:



<blockquote class="wp-block-quote">"Tá… e daí?Seu hemograma não vai ao cabeleireiro.O que adianta seus exames estarem ótimos e você, péssima?”</blockquote>



O que interessa é como você se sente.



A partir daí se inicia um processo onde os exames são só um detalhe.



Existe uma valorização exagerada dos exames, tanto por parte dos médicos como dos pacientes.



Exame é complementar, sem a interpretação não vale nada e pode gerar confusão.



Uma boa conversa (que alguns médicos chamam de anamnese) pode dar o diagnóstico da maioria dos problemas.



E, muitas vezes, nem é o diagnóstico o principal, mas a conduta a ser tomada. Aí, sim, a conversa é fundamental, olho no olho, e a opinião que mais importa é a sua (óbvio).



Saúde pode ser otimizada, mesmo que você não esteja "doente" dentro dos critérios de uma medicina convencional.



Talvez precise investigar mais, valorizar algum detalhe que foi subestimado.



Talvez precise entender (conversa, acolhimento, paciência) que existe alguma disfunção que apesar de não ser "doença" está ocasionando redução de qualidade de vida.



Medicina humanizada é isso, se preocupar com a queixa (solidariedade) mais do que com o resultado do exame.



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O que adianta seus exames estarem ótimos e você, péssimo?

O cardiologista 'diferente' escreve todas as terças-feiras no infovital

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