Cabeça Brilhante

<h2 id="h-doenca-de-peyronie-afeta-alguns-homens-que-ficam-com-uma-curvatura-peniana-muito-grande-que-pode-causar-dor-durante-a-erecao-o-que-fazer">Doença de Peyronie afeta alguns homens, que ficam com uma curvatura peniana muito grande que pode causar dor durante a ereção; o que fazer?</h2>



Há uma condição que infelizmente tenho recebido com certa frequência em meu consultório, que afeta a autoestima e causa muito incômodo e dor nos homens por causa da curvatura do pênis: a Doença de Peyronie.



A Doença de Peyronie se caracteriza pelo desenvolvimento de uma placa de fibrose, podendo haver calcificação em qualquer local do pênis, e pode estar associada à curvatura peniana inadequada e progressiva. Pode causar dor durante a ereção, dependendo da evolução da patologia.



Além da parte física e neurológica, existe também o fator psicológico: insegurança, ansiedade e dúvidas. A resistência do homem em procurar um médico tem como consequência, na maioria dos casos, a tentativas de tratamentos somente quando o quadro já se encontra crônico, já que a doença progride gradativamente.



Felizmente, nos dias atuais, cada vez mais os homens vêm procurando observar a estética e formatos no pênis e muitos têm reparado em irregularidades, como caroços ao longo do pênis, e procurado ajuda médica.



A Doença de Peyronie ocorre em torno de 1% da população, sendo mais frequente após os 45 anos de idade.



As causas parecem ser resultantes de processos inflamatórios, infecciosos, traumas durante a relação sexual — quando pode ocorrer uma inflamação tecidual e resultar em uma fibrose, que pode progredir se não houver tratamento adequado. Pode ainda ser congênita, sem causa aparente, em que, com o envelhecimento, o pênis vai se curvando cada vez mais, chegando ao ponto de dificultar ou impedir uma relação sexual.



A evolução pode ser de meses a anos. Deve-se procurar o tratamento logo no início porque além de trazer curvaturas, dificultam a ereção e trazem uma diminuição do tamanho do pênis devido a fibrose. Além de curvaturas, pode haver afinamento, encurtamento, nodulações e lesões vasculares e dos nervos penianos, alterando a qualidade de ereção.



<h2>Diagnóstico da Doença de Peyronie</h2>



O diagnóstico é clínico. A realização de exame de ultrassom com Doppler arterial peniano, após o uso de drogas vaso ativas, serve para avaliação da irrigação sanguínea e do grau de fibrose e curvatura do pênis.



<h2>Maneiras de tratar a Doença de Peyronie</h2>



O aspecto psicológico é bastante afetado. São geralmente pacientes depressivos e com baixa autoestima. É importante informar que com a terapêutica disponível atualmente, é bem provável o retorno de uma vida sexual satisfatória.



Na fase inicial (aguda), podem ser usados medicamentos e suplementos: vitamina E (aplicação local e suplementação oral), extrato ou chá de Equisetum giganteum (cavalinha), carnitina, pentoxofilina, colchicina, para-aminobenzoato de potássio, tamoxifen, verapamil e&nbsp; interferon, que têm sido utilizados, com resultados bastante razoáveis de acordo com a orientação do médico.



Exercícios de tração peniana e vacuoterapia com extensores penianos podem ser tentados para pacientes que estão na fase aguda ou em preparação para uma cirurgia e implante de prótese. São indicados para pequenos defeitos, visando diminuir a chance de progressão da doença e melhora de curvaturas pequenas. Devem ser feitos com orientação e assistência médica.



A aplicação local (injeção) da da Collagenase Clostridium histolyticum ou CCH (uma enzima produzida por uma bactéria, de nome comercial XIAFLEX), associada ao remodelamento do pênis tem mostrado resultados muito bons, com grau de evidência “A”, determinando um novo horizonte no tratamento, pois tem como maiores atrativos não é um procedimento cirúrgico e não diminuir o comprimento do pênis (que ocorre no tratamento cirúrgico).&nbsp;



Esse tratamento tem limitações e efeitos colaterais como sangramento, principalmente em pacientes em uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários e fratura da placa calcificada.



O maior problema é o alto custo da medicação, um fator limitante para o uso, mesmo nos Estados Unidos e países da Europa. O resultado não é imediato como o da cirurgia, o que para alguns pacientes pode ser visto como falha do tratamento. Pode-se aguardar até um ano após o uso da colagenase para observar o resultado final.



Os tratamentos cirúrgicos são ainda os mais utilizados, pois têm por objetivo retificar a haste peniana, até um grau aceitável, para que permita a relação sexual, sem dor para o paciente e parceira, com resultados mais imediatos.



Existem várias técnicas. O médico vai decidir pela mais indicada em cada caso, mas o paciente deve ter ereção adequada.&nbsp;



Em certos casos, pode ser associado o uso de próteses penianas infláveis ou maleáveis para ajudar na correção da curvatura e da ereção.



Parecem ser promissores a Terapia de Ondas de Choque de baixa intensidade (shockwave therapy) e litotripsia de baixa intensidade com o objetivo de diminuir a curvatura peniana, diminuir a placa, estimular a formação de vasos sanguíneos e aumentar a concentração de óxido nítrico no corpo cavernoso.



O uso de células-tronco (ainda experimental) tem recebido especial atenção da classe científica, com resultados promissores. Foi observado estímulo à reestruturação da anatomia do corpo cavernoso, após a infiltração das células coletadas e “cultivadas” da gordura abdominal do próprio paciente.



A Doença de Peyronie é um problema relativamente frequente, de causa ainda incerta e tratamento indeterminado, ainda cheio de especulações.&nbsp;



Atualmente, com a precocidade do diagnóstico e do tratamento instituído e bem indicado, caso a caso, pode-se restaurar a função sexual de modo satisfatório na maioria dos pacientes.&nbsp;



Continuo alerta e estudando como você pode ter mais saúde.



Até breve.



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Doença de Peyronie: quando o pênis muito curvado pode trazer problemas

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